quinta-feira, 11 de julho de 2024

Relato de sessão, Dungeon Trash, Dia 5


Dungeon Trash* - Jogo teste aberto

Sessão 3: 16/06/24 no Discord do Rizoma

(Agradecimentos ao César pelo espaço, ao Marcelo e ao Xikowisk pelo espaço nos blogs para hospedar os relatos)

Jogadores: Gustavo, Thiago Elendil, Bruno, JP, Serejo e Xikowisk

Personagens: Dimas (Gustavo), Afrânio (Elendil), Antônio (Bruno), Nárnia (JP), 5ª série (Serejo) e Zé (Xikowisk)

Dia 5 do Segundo Ano Pós-Bomba

O dia começou sombrio, com uma chuva persistente que teimava em lavar a desolação do mundo. Afrânio, Dimas, Zé e 5ª série decidiram esperar o aguaceiro cessar antes de arriscar mais uma incursão à superfície. 5ª série, um adolescente recém-chegado ao bunker, observava com olhos curiosos e atentos.

Zé, com gesto mecânico, fervia a água, tentando desesperadamente amenizar a ação dos poluentes na fétida e escura substância. Alimentaram-se do queijo encontrado por Dimas no dia anterior e beberam a água fervida, que parecia qualquer coisa, menos água. Dimas, Afrânio e Zé não suportaram o líquido, contraindo uma indisposição estomacal. Apenas 5ª série permaneceu incólume, talvez devido à juventude que o tornava mais resiliente.

Quando a chuva finalmente cessou, os quatro partiram para o oeste, esgueirando-se entre pilhas de entulho e lixo que adornavam as ruas. Em meio à caminhada, avistaram um homem parado, vasculhando uma pilha de lixo com um olhar de quem busca um tesouro perdido. Aproximaram-se e trocaram algumas palavras. O homem se revelou como Nárnia, um sobrevivente em busca de mais um dia de vida. Ele se juntou ao grupo, e seguiram em direção ao oeste, buscando a esperança líquida em forma de água potável.

Horas de caminhada se passaram até avistarem outro homem, agora em cima de uma pilha de detritos, brandindo um livro e gritando para o vazio. Afrânio, com a curiosidade que só os desesperados possuem, aproximou-se para dialogar. O homem, um idoso aparentemente cego, proclamava a missão de espalhar a palavra dos grandes. Zé aproximou-se, impiedoso e declarou:

-Vou usar de misericórdia com este velho, ele está claramente louco! E puxou o facão.

O homem, ouvindo a voz, começou a murmurar uma benção enquanto sua garganta inflava grotescamente, semelhante à de um sapo. Afrânio, espantado, perguntou:

-Você não era cego, como sabe que somos dois?

O velho, com uma voz gutural, respondeu:

-Sou cego, não surdo.

De sua boca saiu um arroto podre, seguido por um jato de líquido verde e ácido que atingiu Afrânio e Zé, queimando lhes a pele. Enfurecido, Afrânio sacou seu revólver e, com um tiro certeiro, explodiu a cabeça do infeliz. Vasculhando seus pertences, encontraram três latas de feijão, um canivete e um livro em branco.

Saíram da estrada, escondendo-se atrás de uma pilha de lixo para tratar os ferimentos e mordiscar um pedaço de queijo. Um homem se aproximou, apresentando-se como Antônio. Ele alegou conhecer 5ª série, que confirmou a informação. Antônio se uniu ao grupo e, após comerem e cuidarem das feridas, seguiram em frente.

5ª série subiu em escombros para tentar avistar além e ajudar na definição de uma rota. Do alto de uma casa em ruínas, observou:

Oeste: Condomínio de prédios em ruínas, com um prédio central intacto.

Norte: Vastidão de lixo e ruas.

Sudeste: Descampado com lixo e a silhueta de um navio naufragado.

O grupo decidiu investigar o condomínio. Ao chegarem, Afrânio e 5ª série se aproximaram do prédio intacto, cujas paredes escorriam uma gosma verde. 5ª série, com um borrifador, aplicou álcool na gosma, que borbulhou, mas continuou a escorrer. Afrânio, com um pedaço de cano, cutucou a substância, que revelou uma face grotesca cheia de dentes finos. A criatura tentou morder Afrânio, que, em um reflexo, arremessou o cano longe e começou a esmagar a face com uma pedra.

Apesar do acontecimento bizarro, decidiram entrar no prédio. Nárnia percebeu que havia energia elétrica no local. Afrânio, 5ª série, Antônio, Nárnia e Dimas entraram, enquanto Zé ficou de guarda do lado de fora. No hall de entrada, encontraram um ambiente organizado, típico de um prédio comercial, com um elevador e uma porta para as escadas, além de seis pilares imponentes.

Lá fora, Zé ouviu passos vindo do lado esquerdo do prédio. Correu para uma cobertura nas ruínas próximas, observando três criaturas semelhantes às que havia encontrado no hospital dias atrás. Zé, alarmado, correu de volta para o prédio, alertando os amigos:

Preparem-se, três criaturas estão a caminho!

Um confronto mortal teve início. A rápida decisão de Zé salvou o grupo naquele dia. As criaturas grunhiram e brandiram machados, mas foram prontamente recebidas com disparos. Afrânio e 5ª série, com seus revólveres, derrubaram duas das três bestas. Antônio e Nárnia, com arco e atirador de pregos, não deixaram espaço para reação. Peneiradas por balas, flechas e pregos, caíram inertes, sangrando um líquido negro e viscoso.

Com medo de que o barulho atraísse reforços, o grupo fugiu do prédio, rumando de volta ao bunker. Não encontraram água, mas o dia não foi totalmente perdido. Com o profeta dos grandes, conseguiram três latas de feijão enlatado, um canivete e três machadinhas das criaturas mortas na porta do prédio antes de sair correndo.

Anotações de Gustavo Negreiro

Fim da sessão.

Thiago Roos

*Dungeon Trash é um jogo de horror e sobrevivência trash em um mundo devastado pela poluição ambiental. Está em fase de jogos-teste e é de autoria de Thiago Roos e Thiago Elendil.

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