sábado, 27 de abril de 2024

Aforismos Não Tá No Gibi nº1 Criando um cenário super-heroico pra BALA


15:53 04/01/2024

Resolvi começar as pesquisas pro cenário super-heroico da BALA. Passeei por mutação genética e evolucionabilidade. Decidi que o fator ambiental que gerará o fenótipo para-humano...


16:13 04/01/2024

Parei pra pesquisar o prefixo "para-". Não sei se chamo de para-humano, supra-humano. Acho que a DC usa "meta-humano". Supra-humano também pode ser abreviado como SH, que nem super-herói, então é a escolha mais acertada. Continuando.


16:40 04/01/2024

Decidi que o fator ambiental que gerará o fenótipo supra-humano será um meteorito com um elemento desconhecido que incandesce na entrada e cai no Atlântico Sul. A reação do elemento incandescente com a água gera vapor, que será conduzido pelos Ventos Alísios do Sudeste até a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), no período de janeiro daquele ano (que não decidi qual).



16:54 04/01/2024

Isso vai gerar não só incidência de "chuva alienígena" na costa brasileira, mas também no interior do Norte e Nordeste. 

Posição média da zona de convergência intertropical nos meses de julho (vermelho) e janeiro (azul)

17:08 04/01/2024

Nessa pesquisa toda, me deparei com a Terra de Marie Byrd, território antártico não reivindicado. Poderia ser uma boa opção de base de equipe super-heroica internacional.


17:13 04/01/2024

Assim como os mutantes da Marvel, essa mutação supra-humana é um facilitador para o novato criar seu boneco. O que não exclui o jogador experiente no gênero, de criar um boneco com tal histórico. É apenas uma ferramenta narrativa.

Essa anomalia alienígena pode se repetir, mas assim como a origem do Kid Flash, força a barra demais. Mais interessante seria escalonar as mutações em todos os seres atingidos, animais e plantas. Dessa forma é possível ter uma portuguesa de traz dos montes consumir, por um longo período (creio), um açaí importado contaminado e adquirir poderes.

Nesse seara podemos vislumbrar um aumento considerável de importância de órgãos reguladores como a Anvisa e autarquias como o IBAMA, o ICMBio e, até, o INPI e o INCRA.


17:46 04/01/2024

Só esse fenômeno tem implicações nacionais que podem até sobrar pro Itamaraty. Prefiro seguir essa linha. Mas nada impede que num futuro, uma implicação relacionada ao evento 0 se dê de outras formas, como correntes marítimas.


22:14 17/01/2024

Assistindo a 5ª aula de português do Aulalivre, Tive uma ideia ridiculamente boa de agência governamental: PASSIVA. Vou criar um acrônimo pra isso. E vai ficar manero num título, Fulana de Tal: Agente da PASSIVA”.😁


23:10 17/01/2024

Não consegui fazer ainda.

Pelotão

Autônomo de

Superintendência

Supra-humana

Indivíduos

V...

A...


11:29 18/01/2024

Pronto:

Pelotão

Autônomo de

Superintendência

Supra-humana de

Indivíduos

Violentos ou

Adversos

Trata-se de é uma instituição policial brasileira, subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), tal como o Departamento de Polícia Federal (DPF).


22:24 18/01/2024

Substituindo Pelotão por Patrulha, evito a duplicidade de gênero da instituição, como o DPF. Então temos Patrulha Autônoma de Superintendência Supra-humana de Indivíduos Violentos ou Adversos (PASSIVA).


00:30 26/04/2024

Tem que ter um título pro cenário. Quando comecei a idealização, lá em 1997, chamaria Solaris. O fator ambiental gerador do fenótipo supra-humano eram tempestades solares, mas mudei de ideia ao ler mais sobre o tema e estudar técnica radiológica. 


00:55 26/04/2024

É bloqueio criativo que chama? E se o nome vier de um(a) jornalista, assim como o nome do Super-homem no filme de 78? Nada mal.


11:33 27/04/2024

Acabei de fazer um emblema pra PASSIVA.

Pomba!😁

12:32 27/04/2024

Tinha pensado em dar um nome em nheengatu (tupi moderno) ao cenário já que Manaus é uma das cidades afetadas, mas desisti. Será como tá no título. Beijo no quengo e até a próxima.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Subserviência linguística na Trilogia Trambolhão


Eu implico com anglicismo desde muito tempo, mas a primeira vez que me recordo foi lendo o Módulo Básico do GURPS, em 1995. Não me entrava na cabeça não traduzir Role Playing Game (que é Jogo de Interpretação de Papéis) e as abreviaturas dos atributos ST, DX, IQ e HT (que deveriam ser FR, DS, IT e SU, como já mostrei).

Em todos esses anos nessa indústria vital, presenciei uma série de outros casos do que o jornalista Gilson Barbosa chamou de subserviência linguística.

“O intervalo para o café, nas reuniões, virou coffee-break. A entrega em domicílio, delivery. Um estabelecimento comercial não oferece mais 10% de desconto e, sim, 10% off. Há prédios, em Fortaleza, com nomes como The Place ou Green Tower, ou coisa que os valha.”

Ah, Xiko. Mas todo mundo fala inglês é pretty common!

Pra quem, cara parda (que pálida só branquíssimo)?! No dia à dia da classe trabalhadora, seja na padaria, na quitanda, na praça, no ônibus, na praia, fala-se português, independente do seu tesão gringo pequeno-burguês.

Davi Siqueira fala disso, também:

“Esse aculturamento linguístico não é um processo novo e nem exclusivo do Brasil. Ao longo da história, diferentes línguas se impuseram pela força do poderio econômico e militar. O que causa espécie, em tal caso, é o fato despolitizado e subserviente com que as elites intelectuais deste país se sujeitam impavidamente a esse processo. Falar, escrever ou citar frases ou expressões em inglês virou chique, elegante... culto!!!”

Portanto, imbuído da jardinagem bilaquiana, regarei a Última flor do Lácio

Ouvi falar do Neuromante, do Willian Gibson, no final da década de 1980, por meio de fãvistas. Curtia ficção científica, e achei legal quando revi as referências nos JIP como GURPS Cyberpunk e Cyberpunk 2020, no desenho animado O Fantasma do Futuro e no filme Matrix (que devia ser Matriz, por essas bandas). Porém só tive contato com a obra em 2017. Mas li só dois capítulos pra matar o tempo, e não retornei.

Editora Aleph, 2008.

A picuinha com o título na língua original aumentou, quando num debate no Grupo GURPS Brasil, no Telegram, dei de cara com essa capa feita pela ilustradora italiana Katerina Ladon.

https://fuckyeahcyber-punk.tumblr.com/post/109183518584/katerina-ladon

Ah, mas é arte de fã, você dirá, o título da publicação deve estar que nem o nosso. 

Fui procurar a primeira edição de 1986 e, pasmem, estava traduzido. Assim como a versão francesa (1985), a catalã (1988), a PORTUGUESA (1988), a grega (1989), a holandesa (1989), a finlandesa (1991), a eslovena (1997) e a espanhola (1997). Todas com o título em sua língua mater, menos na edição da Aleph (1991).

Neuromante francês, La Découverte, 1985

Neuromante, italiano, Nord, 1986

Neuromante catalão, Pleniluni, 1988

Neuromante português, Gradiva, 1988

Neuromante grego, Aquarius, 1989

Neuromante holandês, Meulenhoff, 1989

Neuromante brasileiro, Aleph, 1991

Neuromante finlandês, WSOY, 1991

Neuromante esloveno, Cankarjeva, 1997

Neuromante espanhol, Minotauro, 1997

Quando Nelson Rodrigues dizia, “Por “complexo de vira-lata” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem”, não era a toa. Mas isso pode ser mais cientificamente esmiuçado pela Teoria Marxista da Dependência, proposta por Ruy Mauro Marini e companhia, a qual não tenho tanta leitura como deveria. Mas deixo esse documentário pra você se animar com o tema.

Voltando a Trilogia Trambolhão, que nem isso traduziram, assim como franceses (Trilogie de la Conurb), italianos (Trilogia dell'Agglomerato) e espanhóis (Trilogia del Ensanche) fizeram por mais fácil que fosse.

SPRAWL (spról), s. Trambolhão; v. t. e i. Espichar-se, estender-se ao comprido; estatelar-se; dar trambolhões. ROSA, Ubiratan.

Enfim, gostei muito das capas da edição de 2016 da trilogia, com as artes do espanhol Josan “Deathburger” Gonzales e achei que mereciam uma versão brasileira de verdade.




Bom, espero que tenha gostado da arte e do anti-imperialismo deste textículo. Beijo no quengo e até a próxima.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Super Momice nº 3

Meu comentário sobre a situação dos super velocistas. Clique para ampliar. Kerry Callen.


Publicado originalmente em Super Antics #3.