Como não sei se o Piador vai durar muito tempo, resolvi resgatar essa sequência que fiz em 2019. Revisei as referências em html, images, GIF e dei uma repaginada. Me diga o que achou nos comentários.
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Estava pensando, outro dia, sobre a frase: "Nossa bandeira jamais será vermelha". E realmente não entendi o porquê dessa ojeriza e resolvi estudar o assunto. Divido agora contigo.
O furdunço começou lá em 26 de março de 2014, quando a UFSC foi ocupada por alunos que botaram uma bandeira vermelha, no mastro vazio, escrito: "Reitoria ocupada". Uma porrada de conservador se indignou e resolveu até fazer textão, sem nem ler a matéria.
Você já parou para pensar no significado da nossa bandeira? "O verde são as matas, o amarelo nosso ouro, o azul é o céu estrelado do Rio de janeiro no dia da proclamação da república."
Vamos começar pela bandeira imperial.
A bandeira imperial exalta o império, a realeza e, no máximo a oligarquia agropecuária, presente nos louros substituídos por ramos de café e de tabaco. Verde e amarelo estão aí já. Mas eles não representam a identidade nacional. O verde é da família Bragança(Portugal) e o amarelo é da família Habsburg-Lothringen(Sacro Império Romano, austro-húngaro).
"Ah mas o azul é o nosso céu, não tava na bandeira imperial"
Por Carta de Lei de 13 de maio de 1816 foram criadas armas para o novo Reino, que passaram a estar incluídas nas armas do novo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Toma aí seu azul!
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Badeira hipotética mais provável do Reino do Brasil, 2º José J. X. Sobral (https://audaces.blogs.sapo.pt/6292.html) |
Voltando a bandeira imperial, aí vem o Golpe de 1889 (sim, camarada, revolução vem das massas, quando uma elite destitui o chefe de estado é GOLPE DE ESTADO) e podemos ver, em primeira mão, que o clientelismo da a elite brasileira é secular.
A bandeira acima foi a 1ª bandeira provisória. O retângulo com as estrelas era em homenagem ao povo preto, mas como representatividade nunca foi o forte da nação, logo ela foi substituída pela 2ª. Voltamos com a programação de apagamento normal.
Em 19 de novembro de 1889, nasceu a bandeira que conhecemos até hoje, com poucas alterações ao longo dos anos.
Mantém o Bragança e o Habsburg-Lothringen, sem as armas do império, com círculo azul com 21 estrelas e um listel que mutila o lema positivista que se inspirou: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Ou sejE, foi aí que acabou o amor!
Percebe? Não abandonamos as cores da família real portuguesa com o Golpe de 1889. Não houve rompimento definitivo com a monarquia na república.
"Tá. Mas o que que isso tem a ver com bandeira vermelha?"
Tudo, camarada.
Na Idade Média, os artesãos começaram a usar um corante vermelho extraído da madeira que na Toscana chamou-se "verzino", em Veneza "berziy", em Gênova "brazi", nome que logo foi usado para designar também a madeira de onde era extraído, que ficou conhecida na Espanha como "palo brasil" ou "palo de Pernambuco", e em Portugal como "pau-brasil", ibirapitanga em tupi.
O país leva o nome do primeiro produto extraído pelo colonizador português. O gentílico de quem nasce aqui(diferente de outros lugares) é como chamavam quem comercializava essa madeira.
Tendo a origem etimológica e histórica nacional, não vejo nenhuma outra bandeira mais nacional que uma flor de ibirapitanga no centro de um retângulo vermelho brasa.
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Além da sequência resgatada acima, podemos estender essa reflexão para as Armas e o Selo Nacionais e, por que não, o uniforme da Seleção. Mas vou deixar prum outro dia.