domingo, 22 de setembro de 2024

Ócio leva ao vício: Aforismos #SISPRO 17, Pajia


19:02 13/09/2024

Como já disse, magia é a doutrina dos magos (sacerdotes mazdaístas). Como gosto de pagar de Guimarães Rosa, adiciono o sufixo -ia (formador de palavras relativas a assuntos como ciência, conjunto, doutrina, profissão, qualidade) a pajé e temos pajia, a doutrina dos pajés.

19:54 13/09/2024

A princípio, pajia será tratada como habilidade pra encaixar no desenho de jogo e não ter um sistema a parte como em outros jogos.

A mecânica do Focus, presente no Arkanun e 3DeT é atrativa pela simplicidade, e pode ser encaixada como habilidade.

Alguns aspectos de pájica como vemos na vida real, como herbologia e primeiros socorros podem manter seus nomes e classificações originalmente idealizadas, bastando a simples compra destas para a boneca.


20:30 13/09/2024

Pajia poderia ser uma grupo de habilidades distintas divididas em:

Água, ar, fogo, luz, terra e treva.

23:05 13/09/2024

As combinações podem sintetizar cada uma em dois parágrafos: definição e provável uso.

23:52 13/09/2024

O Ars Magica 4ª edição, da Dunamazon, é legal mas não é bem o que esperava. De repente volto pra olhar melhor noutro momento.

00:00 14/09/2024

Vou adicionar encantados à lista de pês (caminhos pájicos), bem como, alimária e vegetal, ficando então: Água, alimária, ar, encantados, fogo, luz, terra, treva e vegetal.

00:05 14/09/2024

Na água tem que ter citação de Bruce Lee (ou Silvio Ameixa😁) ou dito popular pra perseverança? Não sei.

00:26 14/09/2024

“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.” AMEIXA, Silvio.

Pra que escolher se posso ter os dois?^_^

00:31 14/09/2024

Esse modelo, pode parecer meio apelão a princípio, mas limites de Força (), alcance, proteção, velocidade e custo, podem contornar esta mecânica.

02:51 14/09/2024

Agora que acabei de fazer a capa da publicação, posso continuar. Não quero que a magia seja chata e apelona como em outros jogos. A a pajelança é o ritual pájico pra cura. Portanto não será fácil cura pájica como noutros jogos.

03:17 14/09/2024

Exemplos de limites pájicos extraídos da Dragão Brasil nº46 (que mostra a regragem pro 3DeT) adequados à BALA:

• Fç: quando a boneca cria um efeito para algum esforço físico (um braço de pedra, um jato d'água, um tentáculo de treva...), sua Fç será sempre igual ao Pês. Portanto, Pês Água 3 cria um jato d'água com Fç 13 (capaz de levantar 200 quilos).

• Alcance: um efeito não pode ir mais longe que isso. 2m para Pês 1; 4m para Pês 2; 8m para Pês 3; 16m para Pês 4; e 32m para Pês 5.

• Proteção: você pode usar sua magia para se proteger, criando uma parede de fogo, uma armadura de pedra, um escudo de luz sólida ou qualquer outra coisa. Cada ponto de Pês melhora um pouco sua defesa num Lance de Combate (LC): +1 ponto de proteção para Pês 1; +2 para Pês 2; +3 para Pês 3; +4 para Pês 4; e +5 para Pês 5.

• Proteção Contra o Elemento: sua pajia é mais eficiente para proteger você contra AQUELE elemento específico; você recebe o dobro de pontos de Pês em defesa. Uma barreira de água feita com Pês 2 aumenta em apenas +2 pontos sua defesa contra ataques em geral mas, se você está sendo atacado com água, a proteção será +4.

• Velocidade: se usar um efeito para transporte (como levitar usando o vento ou ser carregado por uma onda, por exemplo), existe uma velocidade máxima que você pode atingir. Com Pês 1 você pode transportar 50kg a até 2m/s. Cada nível seguinte de Pês, dobra o peso e velocidade (100kg a 4m/s com Pês 2; 200kg a até 8m/s para Pês 3, e assim por diante).

21:42 15/09/2024

Custo

Pajia é uma coisa realmente versátil. Você pode usá-la para substituir Fç e Rapidez (Rd). Então, à primeira vista, gastar pontos em apenas um Pês parece mais vantajoso que gastá-los com seus Dotes. O problema é que a pajia tem seu preço... Uma pajé usa seu próprio corpo como condutor para sugar a energia pájica de outro lugar. Isso consome sua força vital e causa dano. Portanto, quando faz pájica, uma pajé perde Fç. Cada ponto de Pês consome 1 de Fç; se você realizar uma pájica com Pês 4, p. ex., isso vai lhe custar Fç -4. Quando o efeito da pájica desaparece imediatamente (como uma bola de fogo que explode e sorne no mesmo instante), a pajé pode recuperar sua Fç mais tarde de forma normal, com descanso. Contudo, quando o efeito é duradouro (como criar um pássaro de fogo ou um demônio de treva, p. ex.), a Fç fica “presa” na pájica. Mesmo com descanso ou cuídados médicos, a pajé não pode recuperá-los; seu total de Fç estará temporariamente reduzido, até que a pájica termine. Uma pajé pode cancelar sua própria pájica quando quiser, mas ainda assim deve descansar para restaurar sua Fç.

15:38 21/09/2024

Para praticar pajia e poder lançar pájicas, a boneca terá que ter o traço pró de pajia. A vantagem Aptidão Mágica, do GURPS 4ª edição, é um bom norte para essa mecânica:

Aptidão Pájica (P¹/Sobrenatural)

5 pontos por Aptidão Pájica 0,

+10 pontos/nível

A boneca é uma adepta da pajia. Este pró está dividido em níveis. É possível adquirir Aptidão Pájica 0 antes de comprar os níveis mais altos.

Aptidão Pájica 0: Representa uma “consciência pájica” básica, um pré-requisito para se aprender pajia na maior parte dos mundos. A Mestre faz um Lance de Habilidade (LH)² de Raciocínio (Rn) quando a boneca vê um objeto pájico pela primeira vez e outro quando ela o toca. No caso de um sucesso, a boneca sabe intuitivamente que o objeto é pájico. Um resultado de 100% também diz se a pajia é benéfica ou perigosa, assim como sua força. Bonecas sem Aptidão Pájica não têm direito a este lance! 5 pontos.

Aptidão Pájica 1+: Níveis mais altos de Aptidão Pájica tornam muito mais fácil o aprendizado e utilização da pajia. Cada nível pájico da boneca concede permissão na aquisição de Pês de nível equivalente. Exemplo: uma boneca com Aptidão Pájica 3 podera adquirir até Pês Encantado 3. Adicione também o nível de Aptidão Pájica ao Rn quando a boneca estiver fazendo um lance para sentir a presença de objetos pájicos.


¹Psicológico

²Tendo em vista que é um teste de dote e não uma habilidade, tenho que rever o nome. Rever LC e LH.

21:03 21/09/2024

Lance Sucedido (LS) substitui LH e Lance Disputado (LD) substitui LC.

22:18 21/09/2024

Há a possibilidade sugerida das Criatura Mágicas, no 3DeT, que para a BALA fica:

CRIATURAS PÁJICAS

Você pode usar sua pajia para construir criaturas: demônios de fogo, estátuas de pedra, pássaros de luz... qualquer coisa que sua imaginação mandar.

O poder dessa criatura depende do Pês da pajia. Se você usou Pês 4, então tem 4 pontos para distribuir entre os 3 Aspectos da criatura (Biológico, Psicológico e Social). A criatura não tem mente própria; ela precisa ser controlada pela pajé, que não pode realizar nenhuma outra ação enquanto faz isso. Você também não pode mudar os Aspectos da criatura - se quiser fazê-la diferente, terá que gastar mais Fç e construir tudo de novo. O mago pode enxergar e ouvir através de sua criatura (mas ela não pode se afastar além do alcance máximo permitida pelo Pês).

Não se esqueça que sua própria Fç fica "presa" na criatura enquanto ela continuar existindo.

22:30 21/09/2024

Creio que pra começar os trabalhos esteja de bom tamanho. No proximo retorno aos traços. Beijo no quengo e até a próxima.

23:10 21/09/2024

PS: Já ia esquecendo do Pês Secundários. Voltemos a matéria do Myxplk com Marcelo Cassaro.

NOVOS PÊS

Se você tiver dois Pês Primários, pode combiná-los em um Pês Secundário para criar novos e diferentes efeitos.

O Pês Secundários não é um consenso. Fale com a mestre para o resultado da união de Pês. Quando combinar dois Pês, o máximo será igual ao Pês mais baixo, p. ex., Água 1 + Vegetal 3 = Papel 1).

Este sistema de pajia usa principalmente a imaginação. Quanto mais criativa a jogadora, mais poderosa e versátil será sua pajé. Agora sim, beijo no quengo e até a próxima.

domingo, 21 de julho de 2024

Aforismos SISPRO 16, Desenterrando o passado


16:12 20/07/2024

Achei um estudo sobre escavação que havia feito há um ano e esquecera nas Mensagens Salvas do Telegram. Segue a transcrição.


23:19 11/06/2023

Cara, já tem umas duas horas(1h55min, na verdade. Comecei 21h24min),mais ou menos, que eu estou vendo cálculo de escavação. Já vi cálculo de escavação, de aterramento, memória de cálculo da EMUSA, em Niterói, que eu tinha visto que a busca correlacionava a memória de cálculo de várias prefeituras eu só abri a de Niterói. Porque se for pra pesquisar alguma coisa que seja local. Achei uma calculadora muito boa que eu sei até o custo de cobrança, só não sei o tempo até agora. Com base no volume, dá pra você calcular o custo, mas o tempo da ação eu não seguir achar. Então por exemplo, se a gente pegar uma cova, que padrão nacional é de 2,2 x 0,8 x 1,70 m (CxLxP), a profundidade é dez centímetros a mais do que os famigerados sete palmos (1,6 m), eu sei que custa três conto (R$ 3000,00) pra você fazer um um buraco desse porte, só que o tempo necessário para a realização da tarefa que eu não descobri ainda. E eu acho eu acho que é pertinente. 

Pruma regra mais avançada do sistema. AD&D primeira edição, se muito não me engano, já tinha regra de sobrevivência: Você tem que enterrar o corpo do colega, né? O cara que quiser jogar uma regra mais avançada, ele vai querer regra de cavar. Porque uma coisa é você não ter regra pra uma coisa, outra coisa é a regra está lá pra pra facilitar a vida do mestre. É igual matemática, hoje você tem eh fórmula pra várias coisas, e antigamente o cara tinha que fazer a álgebra linear todinha pra chegar na fórmula, hoje em dia a gente pega a fórmula e aplica, porra, mata uma resolução do problema muito mais fácil. Eu queria dar esse cálculo pro camarada que quer fazer, de repente, um um jogo de guerra aí mais realista. Se ele quiser dar esse realismo na campanha, vou dá o ferramental necessário que ele precisa dentro da BALA, e outras tarefas mais comuns de sobrevivência. Porque, por exemplo, é pra você fazer uma fossa séptica pra enterrar suas fezes, você precisa primeiro cavar um buraco, isso tudo demanda um tempo. O que é muito curioso, a pessoa fazer uma fossa séptica pra dar um barrão. Imagina o caso cavar apertado. Eu calculo que o cara primeiro faça que tem que fazer, depois cave o buraco pra enterrar as coisas dele. Enfim continuemos.


ESCAVAÇÃO. In: NILES, Douglas. AD&D Guia de Sobrevivência do Antreiro. Lake Geneva: TSR, Inc., 1986. cap. REGRAS DE MOVIMENTO PARA JOGO SUBTERRÂNEO, p. 21. ISBN 0880382724.


18:52 20/07/2024

O GSA menciona a página 106 do Livro do Mestre, de 1979. Além da mesma tabela de MINERAÇÃO: VOLUME CÚBICO DE ROCHA POR 8 HORAS DE TRABALHO POR MINEIRO, lá está:

“CONSTRUCTION TIME

Earth Excavation: The cost of the ditch 100' in length, 10' deep, and 20'  wide assumes that a crew of 3-4 men work for six weeks. If soil is heavy  clay, time will be doubled.”

Traduzindo:

“TEMPO DE CONSTRUÇÃO

Escavação de Terra: O custo da vala de 30,48 x 6,096 x 3,048 m (566,34 m³) pressupõe que uma equipe de 3 a 4 homens trabalhe durante seis semanas. Se o solo for argiloso, o tempo será duplicado.”


23:34 11/06/2023

Band Notí­cias, Competição elege os coveiros mais rápidos na Paraíba

20:33 11/06/2023

O detalhe é que no Pá na Cova há o volume usado pra competição, vamos botar assim arredondando, mais ou menos metade do volume de uma cova padrão. A cova padrão tem 2,992 m³ e a competição do ela exige uma cova de 1,54 m³ (2,2x0,7x1), até pra não extenuar os atletas 😁.


20:45 11/06/2023

Bom Dia Paraíba, Torneio 'Pá na Cova' premia coveiros mais rápidos da Paraíba

20:49 11/06/2023

Esse vídeo do Pá na Cova está mais detalhado porque, apesar de ser extremamente intrusivo na competição em si, pelo menos o repórter deu uma informação pertinente que no vídeo anterior não tinha da Band, o tempo que os participantes tinham pra realizar a prova: 50 min para cavar 1,54 m³. É interessante fazer um cálculo aí, porque a gente está falando de profissionais experientes na área, pois diz que ter comprovação de profissional como coveiro é requisito pra competir. Então é só a nata da categoria de coveiros. 


Se uma dupla da nata da categoria faz uma cova de 1,54 m³ em 50 min, um cara comum sozinho vai levar o pelo menos o dobro do tempo, talvez mais. Em vez de 50 min ele leve 2h, porque também tem um tempo de descanso, não vai fazer tudo num pau só, então uma calcula-se, assim por alto, que um cara sem experiência cava 1,54 m³ em, pelo menos, 2h. E pra fazer eh uma cova normal? Enfim, ele vai levar o dobro disso. Então uma pessoa sozinha hum e tá? Levaria quatro horas pra cavar uma cova padrão. Enfim, são só conjecturas duma pessoa que não tem experiência nenhuma em cavar buraco (cova canina não conta) nem com matemática.


23:23 20/07/2024

Revendo o cálculo, se 2 coveiros experientes fazem 1,54 m³ em 50 min (1,848m³/h) e uma pessoa comum faz o mesmo volume em 2h; temos que 0,77m³/h é o padrão de escavação amadora. Logo, uma cova padrão, 2,992 m³ é cavada em 3,88 h ou 3h53min.


00:07 21/07/2024

Como eu farei pra criar um cálculo minimamente descente com os Aspectos, Dotes e Habilidades da BALA? Não faço a menor ideia. Por enquanto.

Pra você que me acompanha e comenta com sugestões e (principalmente) críticas, desejo um feliz dia do amigo atrasado. Beijo no quengo e até a próxima.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Relato de sessão, Dungeon Trash, Dia 5


Dungeon Trash* - Jogo teste aberto

Sessão 3: 16/06/24 no Discord do Rizoma

(Agradecimentos ao César pelo espaço, ao Marcelo e ao Xikowisk pelo espaço nos blogs para hospedar os relatos)

Jogadores: Gustavo, Thiago Elendil, Bruno, JP, Serejo e Xikowisk

Personagens: Dimas (Gustavo), Afrânio (Elendil), Antônio (Bruno), Nárnia (JP), 5ª série (Serejo) e Zé (Xikowisk)

Dia 5 do Segundo Ano Pós-Bomba

O dia começou sombrio, com uma chuva persistente que teimava em lavar a desolação do mundo. Afrânio, Dimas, Zé e 5ª série decidiram esperar o aguaceiro cessar antes de arriscar mais uma incursão à superfície. 5ª série, um adolescente recém-chegado ao bunker, observava com olhos curiosos e atentos.

Zé, com gesto mecânico, fervia a água, tentando desesperadamente amenizar a ação dos poluentes na fétida e escura substância. Alimentaram-se do queijo encontrado por Dimas no dia anterior e beberam a água fervida, que parecia qualquer coisa, menos água. Dimas, Afrânio e Zé não suportaram o líquido, contraindo uma indisposição estomacal. Apenas 5ª série permaneceu incólume, talvez devido à juventude que o tornava mais resiliente.

Quando a chuva finalmente cessou, os quatro partiram para o oeste, esgueirando-se entre pilhas de entulho e lixo que adornavam as ruas. Em meio à caminhada, avistaram um homem parado, vasculhando uma pilha de lixo com um olhar de quem busca um tesouro perdido. Aproximaram-se e trocaram algumas palavras. O homem se revelou como Nárnia, um sobrevivente em busca de mais um dia de vida. Ele se juntou ao grupo, e seguiram em direção ao oeste, buscando a esperança líquida em forma de água potável.

Horas de caminhada se passaram até avistarem outro homem, agora em cima de uma pilha de detritos, brandindo um livro e gritando para o vazio. Afrânio, com a curiosidade que só os desesperados possuem, aproximou-se para dialogar. O homem, um idoso aparentemente cego, proclamava a missão de espalhar a palavra dos grandes. Zé aproximou-se, impiedoso e declarou:

-Vou usar de misericórdia com este velho, ele está claramente louco! E puxou o facão.

O homem, ouvindo a voz, começou a murmurar uma benção enquanto sua garganta inflava grotescamente, semelhante à de um sapo. Afrânio, espantado, perguntou:

-Você não era cego, como sabe que somos dois?

O velho, com uma voz gutural, respondeu:

-Sou cego, não surdo.

De sua boca saiu um arroto podre, seguido por um jato de líquido verde e ácido que atingiu Afrânio e Zé, queimando lhes a pele. Enfurecido, Afrânio sacou seu revólver e, com um tiro certeiro, explodiu a cabeça do infeliz. Vasculhando seus pertences, encontraram três latas de feijão, um canivete e um livro em branco.

Saíram da estrada, escondendo-se atrás de uma pilha de lixo para tratar os ferimentos e mordiscar um pedaço de queijo. Um homem se aproximou, apresentando-se como Antônio. Ele alegou conhecer 5ª série, que confirmou a informação. Antônio se uniu ao grupo e, após comerem e cuidarem das feridas, seguiram em frente.

5ª série subiu em escombros para tentar avistar além e ajudar na definição de uma rota. Do alto de uma casa em ruínas, observou:

Oeste: Condomínio de prédios em ruínas, com um prédio central intacto.

Norte: Vastidão de lixo e ruas.

Sudeste: Descampado com lixo e a silhueta de um navio naufragado.

O grupo decidiu investigar o condomínio. Ao chegarem, Afrânio e 5ª série se aproximaram do prédio intacto, cujas paredes escorriam uma gosma verde. 5ª série, com um borrifador, aplicou álcool na gosma, que borbulhou, mas continuou a escorrer. Afrânio, com um pedaço de cano, cutucou a substância, que revelou uma face grotesca cheia de dentes finos. A criatura tentou morder Afrânio, que, em um reflexo, arremessou o cano longe e começou a esmagar a face com uma pedra.

Apesar do acontecimento bizarro, decidiram entrar no prédio. Nárnia percebeu que havia energia elétrica no local. Afrânio, 5ª série, Antônio, Nárnia e Dimas entraram, enquanto Zé ficou de guarda do lado de fora. No hall de entrada, encontraram um ambiente organizado, típico de um prédio comercial, com um elevador e uma porta para as escadas, além de seis pilares imponentes.

Lá fora, Zé ouviu passos vindo do lado esquerdo do prédio. Correu para uma cobertura nas ruínas próximas, observando três criaturas semelhantes às que havia encontrado no hospital dias atrás. Zé, alarmado, correu de volta para o prédio, alertando os amigos:

Preparem-se, três criaturas estão a caminho!

Um confronto mortal teve início. A rápida decisão de Zé salvou o grupo naquele dia. As criaturas grunhiram e brandiram machados, mas foram prontamente recebidas com disparos. Afrânio e 5ª série, com seus revólveres, derrubaram duas das três bestas. Antônio e Nárnia, com arco e atirador de pregos, não deixaram espaço para reação. Peneiradas por balas, flechas e pregos, caíram inertes, sangrando um líquido negro e viscoso.

Com medo de que o barulho atraísse reforços, o grupo fugiu do prédio, rumando de volta ao bunker. Não encontraram água, mas o dia não foi totalmente perdido. Com o profeta dos grandes, conseguiram três latas de feijão enlatado, um canivete e três machadinhas das criaturas mortas na porta do prédio antes de sair correndo.

Anotações de Gustavo Negreiro

Fim da sessão.

Thiago Roos

*Dungeon Trash é um jogo de horror e sobrevivência trash em um mundo devastado pela poluição ambiental. Está em fase de jogos-teste e é de autoria de Thiago Roos e Thiago Elendil.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Relato de sessão, Kalymba, parte 2, O Templo da Palha de Pedra


Aventura: O Templo da Palha de Pedra (23/06/2024)

Griô: Rodrigo Semente

Protagonistas: Groc (Gabriel), Ord Nalam (Felipe), Malika (Kaline), Kaki (Lucas) e depois Wina (Xikowisk).

Sinopse:

A busca para descobrir a fonte de uma praga que assolava um rio levou os guardiões até uma rocha de pedra esculpida para parecer coberta de palha.

Agora quem irá explorar esse misterioso local, fonte de perigosas pragas que assolam o rio local?

(Missão 4 de Kartha, a cartografa)

Resumo: Seguindo as dicas de Wina e Nawi surgem Groc, um gorila oboniano devoto de Junagan, Kaki, um dooshura mandingueiro, Ord Nalam, um dooshura devota de Eksun e Malika, uma jengu devota de Legwã.

Eles se encontram de frente para o templo Ulom, e após derrotar dois Nzumbis eles percebem que para entrar no templo precisam fazer ebós dignos do Orixá. Eles procuram por barro e passam um bom tempo moldando e aquecendo o jarro de barro em uma fogueira. Quando prontos criam três jarros e os enchem d'água para fazer oferenda ao Orixa da Cura e da Doença.

Um Eles deixam na entrada, fazendo o símbolo do orixá abrir em uma passagem na parede rochosa. Eles entram por um corredor e Malika sente uma energia negativa forte. Eles decidem passar a noite no corredor se recuperando.

Quando acordam entram na sala, que possui várias estátuas de antigos devotos ou mundanas de Ulom, mas da boca das estátuas saem nuvens de insetos. Malika pensa rápido e conjura uma barreira mística, que os protegem de qualquer dano.

A dala possui dois caminhos, um da esquerda e outro para direita, eles rumam rumam para o caminho da esquerda, mas presentem algo negativo. Então decidem voltar e partir para o corredor da direita, e nesse momento Wina retorna e encontra o grupo. Eles exploram a passagem da direita e encontram uma sala repleta de nichos com pergaminhos onde registram vários itans, as histórias dos orixás.

Com o avanço do perigo eles decidem fazer daquela sala um ponto de passagem, e instalam um cristal de transporte para Pontalua.

Rodrigo Semente

https://discord.com/channels/757270907445182554/1216023037497966642/1254998049961410591

domingo, 7 de julho de 2024

Aforismos SISPRO 15, As etapas do luto


09:54 05/06/2024

Tô rediagramando as desvantagens do SUGIP 4ª ed. e pensei que seria uma boa ideia usar pecados capitais como traços contra e seus opostos como traços pró.

Avareza Bondade

Gula Temperança

Inveja Caridade

Ira Paciência

Luxúria Castidade

Ócio Diligência

Soberba Humildade


10:13 05/06/2024

Lendo sobre, começo a ficar reticente. Alguns dos pecados pode ser reflexo de neuro-divergências, que podem ser substituídas por alternativas calcadas na ciência, e não em moralidade difusa.


15:02 13/06/2024

Eu tava revendo a simulação de vaquinha da BALA pra tirar o valor do PDF. Eliminei os custos de produção e envio, deixando só a porcentagem dos profissionais envoltos, 14,592% do preço de capa, que é R$ 5,49.

Então, caso alguém queira adquirir a BALA depois da vaquinha, não será nenhum problema. Só precisa definir o hiato de disponibilização. Depois da entrega do livro aos apoiadores é um bom marco.


09:54 15/06/2024


Eu tava pensando no Bruce, enquanto escovava os dentes, e pensei em de repente colocar regra pra companheiro animal. Para além da obviedade (aspectos, dotes, traços, expectativa de vida) falar também sobre o luto e como como isso afeta o aspecto social e os dotes sociais da boneca. Então dependendo da relação com o companheiro, você perder a agência, a interação, de realmente se socializar. E dependendo da intensidade isso pode extrapolar pra algo mais. Mas pra isso eu tenho que ler um pouco mais sobre o luto. Como se configura para o fator psicológico e social. Então vou vou dar uma lida pra poder elaborar melhor.


00:01 27/06/2024

Refletindo sobre a transmissão ao vivo do último Plantão Simulado, decidi fazer a BALA num volume menor que as 300 páginas idealizadas inicialmente. Não sou nem desenhista de jogo, quanto mais experiente para algo tão audacioso.


Então orcei:

Formato 148x210mm

Papel capa Cartão triplex 300g

Cores capa 4 cores frente

Orelha da capa Não

Acabamento capa Verniz uv total frente

Papel miolo Offset 75g

Cores miolo Preto

Miolo sangrado Não

Páginas miolo 80 p.

Acabamento miolo Dobrado

Acabamento livro Canoa

Guardas livro Não

Extras Termocontrátil individual

Frete Incluso

Tirarem 100.000

Custo gráfico R$ 383.000,00

Custo unitário R$ 3,83

É mais de 8000 pra caralho à beça!!!

O peso agora é de 205 g. Que segundo a última tabela para Impresso Nacional dos Correios, depois do reajuste de 4,39% em 3 de abril, foi de R$ 4,85 para R$ 5,06. Juntando com os R$ 3,90 do Registro Módico (exclusivo no serviço Impresso), temos um total de envio de R$ 8,96. Somando tudo:

  • Parcial R$ 1.374.784,17 (87%);
  • Catarse R$ 205.427,52 (13%);
  • Total R$ 1.580.211,69 (100%);
  • Apoio de A5+PDF R$ 15,80.


10:23 07/07/2024

Acabei de ler o verbete luto na Wikipedia e agora consultando artigo de referência. Mais cedo até tive um papo com Thiago Roos sobre cada Dote ser também como uma barra de energia, assim como a Força (Fç). 


10:53 07/07/2024

Em síntese, uma das teorias do luto mais difundidas segue sendo a psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross. Referência no atendimento a doentes terminais, considera 5 etapas do luto na obra Sobre a Morte e o Morrer:

Negação;

Raiva;

Barganha;

Depressão;

Aceitação.

As pessoas costumam pensar nas fases do luto como semanas ou meses duradouros, mas elas são respostas a sentimentos que podem durar minutos ou horas à medida que entramos e saímos de um e depois de outro.

FONTE: 5 etapas do luto. https://clinicapsicanalitica.com.br/etapas-do-luto/

Em caso de perda de um companheiro animal, membro do grupo ou bnj, poder-se-ia fazer teste Psicológico, com ônus e bônus pertinentes, para passar para a etapa seguinte até a última.


11:05 07/07/2024

A possibilidade de Dotes se comportarem também como barra de energia possibilitaria outras formas de disputa, por exemplo, um julgamento, onde promotoria e defesa se digladiam juridicamente. Ou o duelo infernal entre João Pestana e Lúcifer.


11:19 07/07/2024

Voltando ao luto... Analisando cada etapa para confecção de mecânica pertinente.

1: Negação

Nesta primeira fase, normalmente, a reação imediata ao anúncio da morte de alguém amado/querido é efetivamente a rejeição. A pessoa em luto não acredita, e recusa-se a acreditar na possibilidade de ter perdido algo ou alguém tão querido, rejeitando assim a realidade. “É impossível!”, é o pensamento constante e recorrente que assola a pessoa.

Neste caso, a negação tem como objetivo protegê-la de uma verdade inconveniente, no entanto esta negação pode desestruturá-la psicologicamente. Este estágio do luto pode variar na sua duração, podendo demorar minutos, dias ou semanas a passar.

É comum que a pessoa em luto procure o isolamento social e o distanciamento de tudo que a faça recordar o indivíduo/ser que partiu.

Uma primeira falha no teste Psicológico deixa a bj aqui. A margem de falha, hiato entre o valor alvo e o valor obtido, devera ser descontado da Interação (Iç) da bj. Quando recobrar a Iç inicial, poderá ir pra próxima etapa.


2: Raiva

Sentimentos como a raiva, a angústia, o desespero, o medo, a culpa e a frustração são uma constante na vida da pessoa em luto. Este turbilhão de sentimentos invade lhe frequentemente a mente, levando-a ter condutas ríspidas e desagradáveis para com os outros. A agressão será a resposta, quando alguém a tenta trazer para a realidade, pois sente-se ainda incapaz de aceitar a perda.

É possível que a pessoa em luto manifeste a sua raiva por meio de atitudes autodestrutivas, como beber exageradamente, discutir com desconhecidos e destruir propriedade alheia. A pessoa encontra-se transtornada e não compreende a gravidade das suas ações/comportamentos.

Uma segunda falha no teste Psicológico deixa a bj aqui. A margem de falha, hiato entre o valor alvo e o valor obtido, devera ser descontado do Intelecto (It) da bj. Quando recobrar o It inicial, poderá ir pra próxima etapa.


3: Negociação

Esta fase do luto consta de negociações, ou seja, a pessoa em luto negoceia consigo própria ou com uma entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de aliviar a sua dor. Diversos pensamentos tais como “e se eu tivesse feito isso” ou de “se eu fizer X coisa, posso reverter a situação” invadem a mente da pessoa em luto. Mesmo que ela tenha consciência da impossibilidade de desses atos, ela alimenta-os para se confortar.

Uma terceira falha no teste Psicológico deixa a bj aqui. A margem de falha, hiato entre o valor alvo e o valor obtido, devera ser descontado do Raciocínio (Rn) da bj. Quando recobrar o Rn inicial, poderá ir pra próxima etapa.


4: Depressão

A pessoa é invadida por um grande sofrimento, que pode prolongar-se por semanas ou meses. Ela apega-se à dor causada pela partida do ente querido, usando-a como “alimento” para permanecer em estado depressivo.

Assim, a pessoa em luto tipicamente chora muito, repensa as suas decisões e experiências de vida, isola-se de familiares e amigos, tem crises de saudade e não consegue retomar a vida normal tal como era antes.

Este estágio do luto requer muito apoio por parte das pessoas que lhe são mais próximas, para além de acompanhamento psicológico, fundamental em certos casos.

Uma quarta falha no teste Psicológico deixa a bj aqui. A margem de falha, hiato entre o valor alvo e o valor obtido, devera ser descontado da Agência (Ac) da bj. Quando recobrar a Ac inicial, poderá ir pra próxima etapa.


5: Aceitação

A aceitação é o último estágio do luto, pois é nesta ocasião que a pessoa em luto compreende a sua nova realidade, composta pela ausência de quem partiu. Os sentimentos e angústias já foram todos exteriorizados, originando uma sensação de paz interior.

O facto de se aceitar a perda de alguém que amávamos muito, não significa, seguir a vida como se essa pessoa nunca tivesse existido. Não é esquecer os momentos bons partilhados com ela, nem enterrar lembranças agradáveis. A saudade ainda vai mexer com as emoções e o ente amado ainda pode aparecer nos pensamentos da pessoa em luto, anos após a partida do ente querido. Por vezes, a saudade existente é tamanha, que ainda é possível sentir o cheiro do ente querido.

Aceitar significa conviver pacificamente com a perda. É o mesmo que recordar a pessoa que partiu com carinho, estar agradecido por ela ter feito parte da sua vida, compreender que é preciso continuar a viver mesmo sem a presença dela, compreendendo que a vida não é infinita.

Um primeiro sucesso no teste Psicológico deixa a bj aqui. A margem de sucesso, hiato entre o valor alvo e o valor obtido, devera ser o bônus na Interação (Iç) da bj para auxilio de enlutados até a etapa de aceitação.


12:46 07/07/2024

Resumindo, teste de luto:

  1. Teste Psicológico (P) fácil (25%), normal (50%) ou difícil (75%) dependendo da proximidade. Passando, vai pra 5ª etapa; Falhando, vai pra 1ª.
  2. Após superar a 1ª etapa, faz novo teste Psicológico pra tentar pular pra etapa seguinte. Falhando, se mantém na atual.
  3. Após superar a 2ª etapa, faz novo teste Psicológico pra tentar pular pra etapa seguinte. Falhando, se mantém na atual.
  4. Após superar a 3ª etapa, faz novo teste Psicológico pra tentar pular pra etapa seguinte. Falhando, se mantém na atual.
  5. Após superar a 4ª etapa, faz novo teste Psicológico pra descobrir o modificador de Interação (Iç) no auxílio de enlutados. Passando, tem bônus igual a margem de sucesso. Falhando, tem ônus igual a margem de falha, hiato entre o valor obtido e o valor alvo.

Claro que se trata de uma regra opcional. Caso haja consenso à mesa, mj e bj podem usar esse recurso mecânico-narrativo.

Beijo no quengo e até a próxima.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Relato de sessão, Dungeon Trash, Dia 4



Dungeon Trash* - Jogo teste aberto

Sessão 2: 15/06/24 no Discord do Rizoma (agradecimentos ao César pelo espaço, ao Marcelo e ao Xiko pelo espaço nos blogs para hospedar os relatos)

Jogadores: Gustavo e Ewerton

Personagens: Dimas (Gustavo), Tovak (Ewerton) e Gilmar (Ewerton)

-x-

Dia 4 do Segundo Ano Pós-Bomba

Era o quarto dia do segundo ano após a queda da bomba. Dimas e Tovak estavam no bunker, rodeados por sombras, debatendo sobre a escassez de recursos que ameaçava suas vidas.

— Já se passaram dois dias sem que tenhamos algo para comer e beber. Estou fraco pra cacete - resmungou Tovak, com a voz carregada de desespero.

— Vamos à superfície hoje. Vamos dar sorte, eu posso sentir - retrucou Dimas, com um otimismo desesperado.

Mal sabia ele o horror que os aguardava na superfície. Os dois partiram a leste do bunker, sob uma neblina pestilenta e um céu nublado. A paisagem era um mar de pilhas de lixo e entulhos, uma visão dantesca que parecia saudar a sua chegada com um silêncio mortal. Enquanto buscavam desesperadamente por recursos, depararam-se com duas criaturas sinistras, remanescentes dos horrores que haviam testemunhado no hospital dias antes.

— Venha, vamos em silêncio por dentro dessa pilha de lixo. Vou atirar com meu lançador de pregos em um deles e os pegamos de surpresa! — sussurrou Tovak, com determinação nos olhos.

Preparando a arma improvisada, Tovak disparou, e o prego atravessou o crânio de uma das criaturas, que caiu morta instantaneamente. A outra, alertada pela morte do companheiro, saiu correndo, contornando a pilha de lixo, mas não sem antes lançar uma machadinha na direção de Tovak. O som do impacto e o estalo seco do crânio de Tovak foram seguidos por um filete de sangue escorrendo por seus olhos. Ele caiu morto, sem vida.

Dimas, com a adrenalina disparada, viu seu companheiro cair e, com o coração acelerado, correu para a pilha à esquerda. Arremessou a machadinha que estava enterrada na testa de Tovak, mas errou. A criatura contornou a pilha e, agora de frente para Dimas, avançou com outra machadinha. O golpe rasgou o colete à prova de balas que Dimas usava, mas não conseguiu feri-lo gravemente. Em um movimento ágil, Dimas contra-atacou, acertando o braço da criatura, que soltou um grito agudo de dor enquanto sangue negro escorria de seu ferimento. A criatura, com um golpe de baixo para cima, acertou a perna e o abdômen de Dimas, espalhando sangue pelo chão. Contudo, o ataque deixou a criatura exposta, e Dimas, com um golpe certeiro e cheio de fúria, decapitou-a.

Ferido e com a respiração pesada, Dimas correu até o corpo de Tovak, recolhendo seus pertences. Despediu-se rapidamente do amigo morto quando ouviu um estrondo seguido de uma explosão. Um avião caía a poucos quilômetros de distância. Dimas olhou ao redor e percebeu que estava sendo observado. Um homem saiu de trás de uma pilha de lixo.

— Eu sou Gilmar e vi tudo. Você deu cabo daquela criatura! Mas seu amigo deu azar, né?

— Pois é, você viu tudo e nem para ajudar? Enfim, você viu o avião? — respondeu Dimas, com amargura na voz.

— Sim, vi! Posso me unir a você? Que tal irmos até o avião?

— Ok! Vamos, não podemos ficar dando sopa.

Os dois partiram em direção ao avião e encontraram-no partido ao meio, sendo saqueado por pequenas criaturas aladas de forma organizada. Decidiram voltar e vasculhar uma loja de eletrônicos no caminho. Encontraram 21 queijos azedos em boas condições e um carrinho de carregar caixas com os pneus furados.

Voltaram para o bunker com os queijos e o carrinho. No caminho, avistaram uma roda gigante, relíquia de um parque de diversões em ruínas, que se erguia contra o horizonte cinzento como um símbolo de um passado irremediavelmente perdido.

E assim terminou mais um dia na desolação de um mundo devastado pela poluição ambiental, onde cada passo pode ser o último, e a esperança é um luxo que poucos podem se permitir. 

Anotações de Gustavo Negreiro


Thiago Roos


*Dungeon Trash é um jogo de horror e sobrevivência trash em um mundo devastado pela poluição ambiental. Está em fase de jogos teste e é de autoria de Thiago Roos e Thiago Elendil.

sábado, 22 de junho de 2024

Relato de sessão, Dungeon Trash, Dia 1


Dungeon Trash - Jogo teste aberto

Sessão 1: 05/06/24 no Discord do Rizoma (agradecimentos ao César pelo espaço)

Jogadores: Thiago Elendil, Ewerton, Gustavo e Xikowisk

Personagens: Afrânio (Elendil), Tovak (Ewerton), Dimas (Gustavo) e Zé (Xikowisk)

-x-

Dia 1 do Segundo Ano Pós-Bomba

Afrânio, Tovak, Dimas e Zé buscavam a melhor maneira de racionar os poucos recursos que ainda tinham para sobreviver. Restavam apenas algumas bolachas, água potável e dois litros de Trash Cola, que com sorte durariam pelo dia.

Sentados ao redor de uma pequena fogueira improvisada dentro do bunker, Tovak confirmou que o gerador havia se "entregado".

— Fiz o meu melhor, mas não tem jeito. Temos que ir à superfície para encontrar uma correia, ferramentas e combustível se quisermos manter essa geringonça operante — disse, após molhar a garganta com o resto de Trash Cola.

— A comida e a água também estão acabando. Não vai ter jeito mesmo! Temos que nos arriscar — emendou Afrânio.

Os quatro incautos decidiram explorar ao norte do colégio onde o bunker estava situado. Dimas notara, na última vez que passaram por lá, um hospital e uma pilha de roupas no hall de entrada, onde poderiam encontrar algo de valor além de mantimentos durante a exploração.

Porém, no momento em que Afrânio abriu a comporta do bunker, foi obrigado a fechá-la imediatamente ao constatar que chovia ácido.

Esperaram por cinco horas e, próximo das 13h, saíram em direção ao hospital sob uma temperatura fria de uns 10 graus Celsius. Ao chegarem, avistaram a pilha de roupas logo no hall de entrada, mas decidiram fazer uma ronda no perímetro para garantir um pouco de segurança.

Os quatro decidiram circular o hospital por fora do pátio, cercado por telas. Avaliando com cautela, constataram que havia seis banheiros químicos com as portas abertas, enquanto ouviam o som de um motor veicular na rua atrás do hospital.

Afrânio tocou no ombro de Dimas e fez um sinal informando que investigaria os banheiros. Dimas acenou e o seguiu com um machado em punho. Zé e Tovak decidiram esperar, vigiando o perímetro.

Afrânio esgueirou-se entre contêineres de lixo e espiou em direção aos banheiros. Seu coração acelerou quando a temperatura começou a cair bruscamente e pequenos flocos de neve escorreram por seu nariz. Ele avistou duas criaturas estranhas, humanoides curvados, com braços longos, orelhas grandes e circulares e um nariz que parecia um focinho de uma besta infernal. Afrânio engoliu seco e, com a voz quase inaudível, pediu para Dimas voltar e avisar os outros.

Após alguns minutos, Dimas, Zé e Tovak chegaram até Afrânio.

— Eu vou dar fim a um deles e vocês dão cabo do outro — resmungou Afrânio.

— Você é louco! Vamos esperar um pouco! — A lucidez de Zé tentou subverter a ideia de Afrânio.

Os quatro entraram em consenso e decidiram esperar. Afrânio, observando as duas criaturas, notou que uma começava a dirigir-se para a rua de onde vinha o som do motor veicular, enquanto a outra entrava em um dos banheiros químicos.

— Agora é a hora! Vamos dar cabo do que entrou no banheiro! — disse Afrânio.

Os quatro se dirigiram até o banheiro, já com armas em punho e a ansiedade pulsando. Ao chegarem à porta, que estava aberta, sentiram um misto de alívio e decepção. Alívio por não precisar enfrentar aquela criatura horrenda, e decepção ao constatarem que o banheiro era uma passagem para o subterrâneo. Um enorme buraco no chão sujo e fedorento, no lugar do vaso sanitário, estava ali como uma boca aberta pronta para engoli-los. Os quatro encararam a cena com as mãos nas narinas para não vomitar diante da podridão.

— Deixemos isso pra lá, vamos seguir o outro e ver o que está acontecendo naquela rua! — resmungou Tovak.

Perseguindo a passos cautelosos, os quatro se esgueiraram até a esquina, pegando cobertura na parede do hospital. Afrânio, devido à pouca visibilidade causada pela neve e pela pouca luminosidade natural, decidiu colocar seus óculos de visão noturna e espiar para ver o que estava acontecendo.

Afrânio enxergou sete daquelas criaturas horrendas que estavam no banheiro, junto à que eles estavam perseguindo. Elas estavam em cima de um palanque de madeira, comemorando e debochando de outras seis criaturas que se aglomeravam ao lado de duas gaiolas motorizadas com quatro rodas enormes. Em questão de alguns minutos, Afrânio percebeu que essas outras criaturas eram menores e começavam a correr para pegar impulso, abrindo asas e saindo voando! Enquanto uma delas partia em sua gaiola motorizada, as criaturas do banheiro começaram a voltar com uma caixa que parecia ser o prêmio disputado com as outras criaturas, dirigindo-se na direção dos quatro incautos.


Afrânio, Dimas, Tovak e Zé correram de volta, em busca de cobertura para se esconderem e observar. Constataram que as criaturas também adentravam pelo banheiro, e o silêncio tomou conta do local.

— Vamos voltar, está frio e escurecendo. A neve vai piorar! — resmungou Zé.

No caminho de volta ao bunker, os quatro incautos, por sorte, encontraram recursos para aguentarem mais três dias nessa podridão que se tornara o mundo.


Dungeon Trash é um jogo de horror e sobrevivência Trash em um mundo devastado pela poluição ambiental. Está em fase de jogos teste e é de autoria de Thiago Roos e Thiago Elendil.

Thiago Roos