Que diabo é isso, Xikowisk?, dirá talvez você cara(o) leitor(a) deste humilde sítio (praticamente uma chácara). Categoria é usado no jargão sindical, corroborado pela imprensa, pra grupo de profissionais. Como só há duas classes, burguesia e proletariado, acho errôneo o uso para tal.
Definido isso, vamos analizar as categorias fantásticas ofertadas aos JIPistas (jota-i-pis-tas) no primeiro JIP comercial, o Dungeons and Dragons, usando a Enciclopédia de Regras como base:
- Clérigo: é um cruzado (nos moldes católicos) fantástico, como o Bispo, em O Feitiço de Áquila;
- Guerreiro: é auto explicativo. Cara ou mulé com a arma na mão, como Sônia Rubra, em Guerreiros de Fogo;
- Mago: é cara ou mulé que dá raduqui, mas não é o Ryu, como Merlin, em Excalibur, a Espada do poder;
- Ladrão: não confunda com político do centro ou bolsonarento. Estamos falando de mestres do subterfúgio aqui, como Hasan, em O Fabuloso Ladrão de Bagdá*; Phillipe Gaston, o Rato, em O Feitiço de Áquila; e Subotai, em Conan, o Bárbaro;
- Druida¹: é o mago natureba, como Panoramix, em Asterix e Obelix;
- Místico¹: é o monge shaolin, como o Príncipe Tarn, em Guerreiros de Fogo.
Mas e Elfo, Anão e Halfling, cara? A abordagem da 1ª edição é extremamente racista e trata as raças semi-humanas como categoria, dizendo que um povo só trabalha com uma coisa - erro que foi consertado (creio) só na 3ª edição do AD&D - sim, o que se joga é (A)D&D, o D&D ficou nos anos noventa e só resurgiu com retroclones como OSRIC, DCC, OSE e Old Dragon. Então vamos ignorá-las.
No AD&D 2ª edição, publicado aqui pela Abril, o número de categoria aumenta, e já dá uma dica do ponto que vou falar neste artigo. Temos categorias separadas por grupos onde:
- Homem de Armas - guerreiro,
rangerguarda e paladino; - Arcano - magos generalista e especialista;
- Sacerdote - clérigo e druida;
- Ladino - ladrão e bardo.
As novidades são:
- Guarda: é o mateiro ou sertanista, como Transpoente (Passolargo é manero, mas errado), em O Senhor dos Anéis;
- Paladino: parece um cavaveiro das fábulas à princípio, mas se trata de um clérigo de elite, um Templário, como Bradamante, em Duelos de Amor;
- Especialista: é mago que segue uma escola de magia específica. Só tem ilusionista esmiuçado, mas serve de base para a criação de abjurante, conjurador, adivinho, feiticeiro, invocador, necromante e transmutador;
- Bardo: é o jogral, o menestrel, como Cacofonix, em Asterix e Obelix.
Na edição seguinte (paro nessa, prometo), o bárbaro chegou, trazendo de volta o místico - que depois meditar por nove anos no Tibete, resolveu mudar o nome pra monge - junto com o feiticeiro.
- Bárbaro: é guerreiro estrangeiro, como Conan;
- Feiticeiro: é o Ryu - no tempo da fome - dando raduqui sem estudo mágico, como em Diablo.
*Obrigado ao camarada marcio marcio, do Rapadura Açurarada Antifascista, no Telegram, pela lembrança do filme.
¹Está no mesmo balaio de categoria, mas é o que a 3ª edição chama de classe de prestígio.
²Deixo aqui registrado meu neologismo para “praticantes de Wushu”.
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